sexta-feira, dezembro 29, 2006

Epidural prejudica amamentação ???

Os especialistas portugueses questionam os resultados de um estudo que concluiu que o recurso à anestesia epidural durante o parto pode provocar problemas de amamentação dos bebés as primeiras semanas de vida.A pesquisa, publicada na revista científica International Breastfeeding Journal, foi realizada por investigadores da Universidade de Sydney, na Austrália, que analisaram os casos de 1280 mulheres australianas que tiveram filhos em 1997. E conclui que as mulheres que recebem epidural têm uma maior tendência para apresentar problemas nas primeiras semanas após o parto e, normalmente, param de amamentar mais cedo.Segundo o estudo, 93 por cento das mulheres seguidas amamentaram os seus bebés na primeira semana, mas aquelas que receberam uma epidural tiveram mais dificuldades para fazê-lo com sucesso. "Cerca de três-quartos das mulheres [72 por cento] que não receberam a anestesia ainda amamentavam após 24 semanas do parto, enquanto que a percentagem entre as que receberam a anestesia foi de 53 por cento".Para a responsável pela invest-igação, Siranda Torvaldsen, há "uma quantidade crescente de evidências de que o químico fentanil, presente na anestesia epidural, pode ser associado a bebés sonolentos e dificuldades em estabelecer a amamentação". A investigadora acredita que componentes da epidural são capazes de penetrar no fluxo sanguíneo e passar pela placenta, chegando assim ao feto, que ficaria anestesiado e menos disposto para beber leite do seio materno.O director da Maternidade de Alfredo da Costa, em Lisboa, Jorge Branco, diz que, "em Portugal, não existe uma avaliação científica" sobre esta situação. "E um estudo interessante e uma ideia a seguir em Portugal, embora no nosso país não se use muito o fentanil na epidural, é mais comum na anestesia geral", comenta. O responsável diz, no entanto, que o fentanil pode ter um efeito transitório no bebé, mas assegura que este desaparece depois de 24 horas e que "a presença deste químico não faz com que o bebé não queira beber leite do seio materno".Mais radical nas críticas é o presidente do Colégio da Especialidade de Obstetrícia da Ordem dos Médicos, Luís Graça: "É mais um estudo empírico, muito localizado e sem fundamento, que só serve para alarmar as grávidas com dados que não são confirmados"..

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